terça-feira, 28 de novembro de 2017

Universidades brasileiras de classe mundial

*Hernan Chaimovich e Carlos Henrique de Brito Cruz, O Estado de S.Paulo

Está na hora de o País, que não tem nenhuma entre as cem melhores, começar a pensar nisso31 Outubro 2017 | 03h07

Universidades de classe mundial exibem excelência na educação, na pesquisa, nas suas interações com a sociedade, têm destaque global, desempenham papel fundamental nos sistemas de ensino superior e no desenvolvimento da economia global do conhecimento. Essas universidades servem às necessidades nacionais e promovem o bem público formando a elite intelectual, liderando o progresso da ciência e da tecnologia, em permanente contato com o cenário científico, tecnológico, cultural e político internacional. Nos últimos anos, número crescente de nações, como Alemanha, França, China e Espanha, organizaram programas para intensificar a excelência acadêmica de algumas de suas universidades a fim de incluí-las no grupo das mais destacadas do mundo.

Nos rankings globais das mais de 20 mil instituições que se denominam universidades, são avaliadas menos de mil. Nesses rankings há muitos defeitos e idiossincrasias, mas também pontos em comum que podem auxiliar a começar a entender o nosso desafio e os meios para enfrentá-lo. Os critérios de ordenação variam entre os rankings com influência internacional, mas em geral contemplam variáveis como qualidade da educação, empregabilidade dos formandos, qualidade do corpo docente, quantidade e impacto internacional das publicações, influência ou visibilidade da universidade, impacto da produção intelectual e das patentes, composição internacional do corpo de estudantes e docente. Há uma interessante coincidência na colocação das 20 ou 30 mais bem classificadas e também no fato de não haver nenhuma universidade brasileira entre as cem instituições mais bem classificadas do mundo.

As universidades brasileiras mais bem colocadas ocupam posições que variam segundo o ranking. As primeiras posições no recente ranking do Times Higher Education são ocupadas por USP (251-300), Unicamp (401-500) e Unifesp (501-600). No QS Best University Rankings de 2017 as posições de USP, Unicamp e UFRJ são 121, 182 e 311, respectivamente. Já no sistema ARWU (Shanghai Ranking) as posições relativas são USP (151-200), UFRJ (301-400) e Unesp (301-400). Em geral, os indicadores de volume de produção elevam a posição das universidades brasileiras e os que medem qualidade, como prêmios globais, visibilidade das publicações e internacionalização, as deixam em desvantagem.

São 21 as brasileiras que figuram entre as mil universidades mais bem classificadas pelo Times Higher Education World University Rankings em 2018. Assim, existe no País um contingente de instituições com capacidade de almejar, dependendo de condições e estímulos objetivos, um lugar entre as mais destacadas do mundo.

Mas não é por causa dos rankings que o Brasil precisa melhorar o desempenho de suas universidades. É, sim, porque no mundo moderno só conseguem prosperar e criar melhores condições para seu povo as nações que dominam a criação e a aplicação do conhecimento. Por isso urge um programa nacional oferecendo condições para que algumas universidades brasileiras ganhem competitividade global. A experiência internacional mostra que deveríamos considerar um programa para apoiar algumas delas, selecionadas de forma rigorosamente competitiva, com base em planos de desenvolvimento institucional que demonstrem a possibilidade de ganharem competitividade mundial, demonstrando o resultado em dez anos.

Um dos maiores desafios para a busca da excelência acadêmica é o estabelecimento de um sistema de governança institucional que dê prioridade a valores acadêmicos reconhecidos internacionalmente. Um programa do tipo proposto não se pode limitar a oferecer recursos, precisa estimular e tornar viáveis reformas institucionais. As universidades devem ser estimuladas a planejar ações institucionais eficazes que descrevam metas, custos adicionais e métricas de desempenho e avaliação. Tais ações devem aumentar o impacto científico, social e econômico da instituição, segundo padrões internacionais, e não podem limitar-se a aumentar a infraestrutura de pesquisa. Em planos de outros países é fácil notar que se busca incrementar a inserção nacional modificando o ensino e a pesquisa e a relação de ambos com os setores público e privado. Busca-se tornar a universidade mais atraente para os melhores estudantes e professores, desenvolvendo a colaboração e a reputação internacionais.

Para que um plano dessa natureza funcione é preciso que seja nacional, e não apenas federal. Requer que o Poder Executivo, nos níveis federal e estaduais, esteja disposto e comprometido a realizar modificações em peças de legislação que obstam o desenvolvimento acadêmico. É preciso garantir estabilidade e autonomia sobre o orçamento designado, incluindo a dotação de pessoal, custeio e capital, além de flexibilidade institucional para definição de salários e processo de seleção e promoção.

Exatamente porque vivemos tempos conturbados no Brasil é essencial adotar já iniciativas arrojadas e transformadoras que contribuam para construir um Brasil melhor, uma Nação mais forte, justa e sustentável. Não foi por acaso que a China e a Alemanha apostaram em programas de excelência para melhor se colocarem no cenário internacional. Universidades de classe mundial inserem o país competitivamente, mas não só para avançar nos rankings. Universidades capazes de formar lideranças internacionalmente em todas as áreas fazem a sociedade mais informada e inteligente, nutrem os centros de inovação, produzem formuladores de políticas públicas e atuam nas áreas sociais e culturais. Como entidades de referência, elevam os referenciais nacionais, definindo muito melhor as chances para o país num mundo que avança com base no conhecimento.

*Respectivamente, bioquímico, ex-presidente do CNPQ, professor emérito do Instituto de Química da USP; e engenheiro de eletrônica e físico, diretor científico da Fapesp, ex-reitor e professor no

Publicado originalmente em : http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,universidades-brasileiras-de-classe-mundial,70002066804

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Webnar da THA

Managing Regional Innovation Ecosystems

12th December 2017, 18:00 CET 

This webinar aims to bring two distinctive perspectives from an academic and a policy/practitioner side. Both speakers will address issues related to the emergence, development, structuring and management of regional innovation ecosystems (mostly now in a context of smart specialisation), including strategies and challenges for policy and governance. Since we are in a Triple Helix backdrop, the interactions around universities, industry (in the broader possible sense) and government (all types) will be also in focus.

Target Audience

Traditional Triple Helix members – predominantly academics and innovation consultants, specialising in innovation systems, knowledge transfer, university-industry collaboration, science parks and incubators, and other topics related to the Triple Helix model.


Presenters & Talks:

Alasdair REID has over 20 years experience of advising governments in developing, implementing and evaluating innovation based regional, inter-regional, national and European development programmes and strategies. He has worked on public policy research in the fields of regional economic development and innovation systems. He has advised the European Commission, the OECD, the World Bank, the Nordic Council of Ministers, national and regional governments and agencies throughout the European Union and in third countries.  He is one of the founders and the Research Director of the European Future Innovation System Centre (www.efiscentre.eu) 

TALK TITLE: Regional Innovation systems, new approaches to mapping potential and fostering co-creation
Regional innovation systems theory and policy has evolved considerably over the last 20 years since first emerging in the mid-1990s as a new strand of thinking.  The capacity to map and analyse the capabilities, networks and outputs of RIS has grown and novel approaches to capturing and mapping data (quantitative and qualitative) are being experimented to support regional smart specialisation partnerships to develop strategies.  In parallel, the policy instruments and policy delivery mechanisms are evolving to reflect much more open, complex and diverse types of co-operation that can occur within and across regional innovation systems.  This presentation will provide insights from recent and on-going research carried out both the mapping of regional innovation ecosystems (including the context of the smart specialisation process) as well as outlining new policy approaches that can help strengthen regional innovation systems.
Christian SAUBLENS is a commercial engineer. He is Belgian and has an experience of more than 30 years in lobbying the European Union administration. He has been the Executive Manager of EURADA, the European Association of Development Agencies, between 1992 and November 2015. He is now retired. Christian’s involvement led to the creation of EBAN, the European network promoting the stimulation of informal venture capital at regional or national level. He coordinates efforts to sustain the IRE (Innovating Regions in Europe) network and supported the creation of the European Crowdfunding Network. Christian has served as chairman of the Smart Specialisation Strategy (S³) Mirror Group set up by DG Regio in order to build awareness of that new concept amongst the regions. Christian has written several papers regarding the impact of EU regulations on regional development, the role of development agencies in Europe and the importance of SMEs in economic development. He has also written documents concerning entrepreneurship, access to finance by SMEs, territorial intelligence, public support services in the field of entrepreneurship and innovation, eco-innovation.
TALK TITLE: Reverse thinking regarding the place of SMEs in a regional eco-innovation system
Today, most policy makers start to look how the regional assets are able to enhance innovation. This seems to have a limited effect. Shouldn’t they start to analyze what regional enterprises need to innovate and be competitive in order to redesign the support services?
For a lot of reasons SME, representatives have difficulties to understand the intervention logics of public and academic stakeholders. This has for consequence i.a. a mismatch between the offer of public support and the entrepreneurs’ expectations. Should the actors of the innovation ecosystem better consider the enterprises’ needs, the type of innovation matching the 5 critical functions of the enterprise and the interactions between the enterprise with its customers as well as with public and semi-public actors.
The Presentation will focus on the following issues:
– Policy support system of an innovation eco-system,
– Innovation  eco-system of an enterprise,
– What type of innovation for each of the enterprise core assets?
– How can policy makers detect and respond to the enterprises’ needs?
– What can enterprises expect from the high education stakeholders?


Moderator: Dr Dimitri Corpakis, Independent expert and Former EC official
 
REGISTRATION FEE60€ which includes the access to the webinar and the annual THA regular individual membership.

The webinar is free of charge for THA members!

To register send an email by 5th December tomlaura.fornaci@triplehelixassociation.org   

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Call for Abstracts
Triple Helix Conference 2018

Submit an Abstract 
The XVI International Triple Helix Conference 2018 will be held in Manchester, United Kingdom, from Wednesday 5th September to Saturday 8th September 2018. The Conference Theme is The Triple Helix and Beyond – a New Era.

The programme will address current and emerging societal, economic and environmental challenges, and identify the policies that we require to tackle these issues. Conference sessions will be organised around topics that include:
Proposals for Oral Presentations, Special Panel Sessions, and Posters are invited. Abstract submissions are open until Friday 2nd March 2018. Abstracts and session proposals will be reviewed by an International Scientific Committee, with decisions available in April 2018. The deadline for early bird registration is 11 June 2018. 
 
For more information visit http://thc2018.org/
or email thc2018@conferencepartners.com
Submit an Abstract
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quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Conheça o livro “Políticas de apoio à inovação tecnológica no Brasil”

Desde o final da década de 1990, o Brasil avançou na consolidação do Sistema Nacional de Inovação (SNI), cujo objetivo é ampliar o apoio a atividades de ciência, tecnologia e inovação (CT&I). Apesar dos esforços, o Estado brasileiro ainda demonstra fraco desempenho frente a outros países com sistemas de inovação maduros. No intuito de propor estratégias para aprimorar a atuação de instituições e melhorar a eficácia da legislação, o Ipea publicou o livro Políticas de apoio à inovação tecnológica no Brasil: avanços recentes, limitações e propostas de ações.

Organizada por Lenita Maria Turchi, diretora de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, e José Mauro Morais, coordenador de Estudos de Petróleo e Gás da Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação e Infraestrutura; a obra foi debatida nesta segunda-feira, dia 6, na sede do Ipea, em Brasília. A publicação reúne 13 estudos que avaliam os avanços e os limites do SNI, além de sugerir propostas para melhorar a atuação das instituições em inovação, bem como implementar com eficácia a legislação de incentivo à CT&I.

Leia a matéria completa e acesse o livro em http://news.bizmeet.com.br/noticia/conheco-o-livro-politicas-de-apoio-a-inovacao-tecnologica-no-brasil

terça-feira, 21 de novembro de 2017

o-que-voce-precisa-saber-sobre-pos-graduacao-no-brasil

Dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indicam que, enquanto o Reino Unido conta com um índice de 41 doutores para cada 100 mil habitantes, o Brasil tem 7,6 profissionais titulados para a mesma proporção de pessoas. O caminho a ser percorrido para alcançar indicadores educacionais como os de nações desenvolvidas ainda é longo, mas a pós-graduação brasileira passou por uma expansão nos últimos anos.

De acordo com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão vinculado ao Ministério da Educação, os cursos de mestrado e doutorado mais que dobraram em 15 anos.

Veja a matéria completa em http://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2017/08/o-que-voce-precisa-saber-sobre-pos-graduacao-no-brasil.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=post

sábado, 18 de novembro de 2017

Lista dos programas Erasmus

Pra quem tá procurando um mestrado na Europa. O link abaixo mostra todos os programas de bolsas que são abrigados dentro do pacote Erasmus.

https://eacea.ec.europa.eu/erasmus-plus/library/scholarships-catalogue_en

Empresas-filhas da Unicamp geram mais de 28 mil empregos

As multinacionais brasileiras Movile e CI&T têm algumas características em comum: perfil inovador, excelentes lugares para se trabalhar, presença em outros países, três dígitos de faturamento. Além disso, ambas são empresas-filhas da Unicamp. Mas esses são apenas dois exemplos das centenas de histórias de sucesso originárias da Universidade, que a cada ano se reforça como um celeiro de empreendedorismo e inovação. Chega esse ano a 584 o número de empresas-filhas da Unicamp cadastradas, estando 485 ativas no mercado, que, juntas, faturam mais de R$ 3 bilhões – o valor é uma vez e meia o orçamento anual da Unicamp – e geram 28.889 empregos.
É o que mostra um levantamento da Agência de Inovação Inova Unicamp, divulgado hoje na 12ª edição do Encontro Unicamp Ventures, durante o InovaCampinas 2017. A pesquisa aponta que este ano houve um crescimento de 14% no cadastro de empresas-filhas, em relação à 2016; e um crescimento de 31% no número de postos de trabalho, cenário positivo mesmo com a situação econômica desfavorável do país.
Matéria completa no site da InovaUnicamp: http://www.inova.unicamp.br/noticia/empresas-filhas-da-unicamp-geram-288-mil-empregos/

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Novo PMBOK

Ricardo Vargas é um craque e explica pra gente como fazer o fluxo de processos a partir do novo PMBOK. (leva 49 min)

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

A vez dos periódicos de qualidade do Brasil

Por Abel L. Packer e Rogerio Meneghini
Considerando o avanço do desempenho dos periódicos do Brasil e particularmente os que fazem parte do SciELO nos rankings de indicadores dos principais índices bibliométricos internacionais em 2016, publicamos o artigo “Os índices e seus limites”1na seção de ciência do jornal O Globo em 25 de setembro de 2017.
Neste artigo sinalizamos que o referido avanço é uma expressão da relevância crescente dos periódicos do Brasil como fundamental para comunicar pesquisa do Brasil e de outros países de acordo com o estado da arte. É, assim, uma oportunidade para que políticas, programas e projetos de pesquisa alavanquem os periódicos do Brasil visando ampliar a qualificação da ciência brasileira em suas dimensões científica e social. Retomamos o tema neste post com dados que evidenciam este bom desempenho.
Ler o artigo completo no Blog do Scielo http://blog.scielo.org/blog/2017/11/08/a-vez-dos-periodicos-de-qualidade-do-brasil/#.WgYN9a2ZOjk